terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Life, Part One

Nasci no dia 31 de Agosto de 1987. Dizem-me que não foi uma segunda-feira muito quente, nem muito fria. Foi assim-assim.
A minha mãe diz-me que caí do berço durante o meu primeiro ano. Acredito que é por isso que agora sofro de vertigens, e tenho excelente visão nocturna.
Aos 3 anos tive um irmão gémeo.
Aquando dos meus 8 anos (sim, passei o período entre os meus 3 e os 8 anos a hibernar), enquanto brincava a tentar fugir de caracóis em frente a minha casa, avistei um OVNI que me sobrevoava. Foi um ponto de viragem na minha vida, apesar de mais tarde ter descoberto que não passava de um saco-plástico.
Tinha 9 anos quando descobri as mulheres e o sexo. Chamava-se Juggs Magazine, e custou-me 250 escudos no café Green Stone.
Aos 10 anos aprendi a falar.
Aos 11 anos proibiram-me de falar.
Foi aquando dos meus 11 anos que enveredei pelo futebol. Fui bem acolhido no seio da equipa, e rapidamente nomeado craque e “jovem promessa” do plantel. Receosos que me lesionasse, proibiram-me de jogar.
A minha família adoptou um gato quando tinha 12 anos. Astuto como todos os gatos, rapidamente tomou o meu lugar no seio da família. Agora na marquise, as minhas noites passaram a ser bem mais frias.
Tinha 13 anos quando finalmente conheci uma rapariga.
Agora, com 20 anos, e graças à forte medicação que o meu psiquiatra me receitou, não me lembro do que foi a minha vida nos últimos 7 anos. Mas as cicatrizes nas costas não me deixam agourar boas coisas…

domingo, 6 de janeiro de 2008

É psicológico

O frio é psicológico, disseram-me; e eu acreditei. Acreditei e acabei por ter de cortar um dedo do pé, que de tão gelado apodrecera.
A solidão é psicológica, explicaram-me; e eu acreditei. Acreditei e acabei por dar um nome ao dedo que recentemente perdera (o Tadeu. Um bocado calado, mas bom ouvinte).
A perfuração pulmonar é psicológica, juraram-me; e eu acreditei. Acreditei, e julgo que o facto de estar a cuspir sangue tem algo a ver com isso.
O amor é psicológico, convenceram-me; e eu acreditei. Acreditei e acabei por pagar 30€ na mesma.
Os murros são psicológicos, contaram-me; e eu acreditei. Acreditei e ainda me falta achar três dentes e parte da minha dignidade.
O álcool é psicológico, li algures; e eu acreditei. Acreditei e acordei nu no porto de Leixões.
As “Tardes da Júlia” são psicológicas, ouvi dizer; e eu acreditei. Acreditei e ainda sangro do nariz sempre que mexo a cabeça muito rápido.
A luz solar é psicológica, ouvi no rádio; e eu acreditei. Acreditei e agora escrevo este post com o meu novo teclado com alfabeto Braile.
Blogs são fixes, disse-me um vizinho; e eu acreditei. Acreditei e agora não tenho amigos.