quarta-feira, 21 de maio de 2008

Um dia na vida do neotérico cidadão Guilherme Silva

Acordo de manhã, e em busca de um pouco de informação e lazer sento-me ao computador enquanto me preparo para mais um árdua jornada de labor. Visito o meu mail na esperança que Jesus me tenha respondido à prece da noite volvida, e tenha finalmente arranjado maneira de me explicar como sintonizar os canais nas televisões cá de casa. De seguida visito o site da BBC em busca da excelência dos seus conteúdos. Minutos depois, mais satisfeito e em harmonia com o meu ser, desligo o computador e parto. Obrigado Big Breasted Chicks.
No autocarro, na tentativa de me abstrair de conversas enfadonhas e descoordenadas sento-me a ler “Eurico o presbítero” de Alexandre Herculano. Vinte minutos volvidos ainda miro a capa, sem conseguir pronunciar “presbítero”, tão pouco saber o seu significado. Chego à faculdade pouco mais tarde, mais esclarecido e realizado. “Deve ser um fruto.”, concluí.
Durante as aulas dou asas à minha essência, e divago sobre paixões e sonhos. Adoro cinema, salto em altura, música…Gosto especialmente das baladas do George Michael, e num exercício de auto-conservação vejo-me obrigado a gostar de papas de sarrabulho, de modo a garantir uma réstia que seja de virilidade no meu ser.
Adoraria também viajar, mas infelizmente não posso. Temo que em plena capital europeia, buscando um pouco de relax numa casa de má fama, dê de caras com a minha prima Cláudia, meia despida e enroscada a uma colher-de-pau. A crise toca a todos, e eu bem o sei.
Ao final da tarde, já em casa e de novo em frente ao computador, encomendo um toque real para o telemóvel num qualquer site manhoso publicitado na televisão em horários esquisitos. Duas horas mais tarde tocam-me à campainha e é-me apresentado o Borges, encarregue de me fazer um toque rectal. Publicidade enganosa ou simples falha de comunicação? Sinceramente não sei, mas não apreciei.
Já de madrugada e ainda no computador (“ahh, daí aquela barriga!”), entro no messenger para ter conversas que normalmente não me levam a lado algum. Muitas vezes, ao fim de escassos minutos, acabo reanimado pela minha mãe, depois de mais um ataque epiléptico provocado pelos berrantes emoticons. Pouco depois e agora a soro, volto a adormecer, ansiando pelo despertar de um novo dia.
Ain’t life a bitch?