quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Death from above

Lá está ele, todo aperaltado e perfumado. Odeio o sacana!”, pensei.
Sentado o observava e detestava. Detesto-o; a ele e a tudo que representa. Abomino-o desde miúdo, mas com o tempo o meu ódio parece tornar-se cada vez mais fundamentado.
Raramente me exalto, mas a sua presença revela o meu lado mais negro. Irrequieto, procuro disfarçadamente uma faca ou qualquer outro objecto cortante. Nada. Sem duvida que Deus gosta mais dele do que de mim.
Que cara de carneiro mal morto. Espero que morras, bastardo.”, murmurei.
O sacana fitava-me também, e o ódio incendiava-lhe o olhar igualmente. O jogo de olhares tornara-se numa batalha fervorosa. Agora era matar ou ser morto.
Já de mangas arregaçadas, a face escarlate e empunhando um aguçado lápis, levantei-me de rompante, determinado a desferir-lhe um ataque fatal.
Ao levantar-me, uma forte tontura acordou-me para a realidade. “Raios! Tenho que tirar este espelho do quarto. Isto está a tornar-se doentio…

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