sábado, 22 de setembro de 2007

História de Portugal - Director’s cut

Sonho estranho o que tive a noite passada.
Sonhei que viajava no tempo, “aterrando” em momentos decisivos da história de Portugal, e sempre encarnando figuras de grande vulto e importância.
Comecei por acordar em pleno século XII. Estávamos em meados de 1128, e a Batalha de São Mamede adivinhava-se. Encarnara no corpo de D. Afonso Henriques e encontrava-me frente a frente com minha mãe e inimiga, D. Teresa.
Mãe, ordeno que saias de território Portucalense, e que contigo arrastes as infames hostes de castelhanos que te acompanham! Se não o fizeres, juro por Deus que farei abater sobre ti a mais pesada das vinganças.”, disse sempre a fitando.
E eu como tua mãe, ordeno que tu e teus homens pouseis vossas armas, e capituleis perante mim!”, retorquiu D. Teresa. A sua voz atingiu-me como uma lança, e seu olhar fulminou-me; não resisti. “Sim sim mãezinha, assim o farei. Desculpa-me por favor a arrogância... Já agora, arranjas-me por favor 2 moeditas para ir até à taberna com uns amigos?”
Meu Deus, quão fraco fora. Acabara de entregar Portugal a Castela…
Com a vergonha colapsei, e em nova era voltei a acordar.
Encontrava-me agora no final do século XV. Era Vasco da Gama e preparava-me para partir na épica viagem em descoberta das Índias. Antes de embarcar perguntei a meu irmão Paulo onde estavam as pastilhas para o enjoo. “O que é isso?”, perguntou-me ele espantado. “Não me digas que não temos! Assim não parto. Sabes que todo o reboliço marítimo me dá a volta à tripa…” retorqui irritado. Virei costas ao porto e dirigi-me para a taberna mais próxima, procurando companhia para uma muito apetecida partida de dominó.
De novo colapsei envergonhado. De novo envergonhara a nação lusitana…
Episódios semelhantes repetiram-se toda a noite. Fui D. Pedro IV e permaneci no Brasil, devoto a longos banhos de sol e caipirinhas, entregando Portugal a meu absolutista irmão; fui Almeida Garrett, mas abandonei a escrita pois não me agradava escrever à luz das velas (sempre tive uma vista fraquinha!); fui Salazar e não caí da cadeira; fui Eládio Climaco e rejeitei apresentar os “Jogos sem fronteiras”…
Enfim, vergonhoso…

7 comentários:

Diogo Silva disse...

Eu hoje sonhei uma coisa parecida. Tava no tempo do cavalo e troia e preparava-me para ir ter com os maus e chibar-me da cena do cavalo. mas acabei por n fazer nada pq iria mudar a historia. fiz bem? preciso de ajuda.

Guilherme Silva disse...

Caro leitor,na minha opinião fez sinceramente mal. Devia ter revelado aos Troianos o malvado plano grego. Os gregos nunca mereceram vencer aquela guerra;o que lhes valeu foi o engenho de Ulisses e a força de Aquiles.
Atenciosamente,
Guilherme da Silva

Anónimo disse...

ainda bem q n encarnaste a padeira de aljubarrota e n ficaste em casa a fazer pães pq senao se calhar nem existiamos :P
qnt ao caro leitor diogo silva tenho apenas q louvar a precisão com q descreve os troioanos simplesmente utilizando o vocábulo "maus".
gande ciena manu

Guilherme Silva disse...

De facto, bastante falaciosa e errada a utilização do vocábulo "maus" para adjectivar os bravos guerreiros e cidadãos troianos.
Atenciosamente,
Guilherme da Silva

x disse...

aquiles, isto é simplesmente delicioso. :)

. disse...

Sua Excelência, o Marquês de Pombal e as suas mui apreciadas reformas ficou omisso nesse pródigo sonho de vossa senhoria. Aguarda-se o próximo capítulo dessa infame e vergonhosa história que se nos apresenta

Guilherme Silva disse...

Anotado meu caro...